Uma das promessas bíblicas para os últimos dias é a de que os jovens terão visões e os velhos, sonhos. Como a promessa de Joel 3:1-2 é extensiva a “todos os viventes”, costumo prestar atenção também no conteúdo de meus sonhos. E em duas ou três ocasiões, ao longo destes dois anos de Adventistas.Com, partilhei aqui mensagens deduzidas a partir deles.
Nesta madrugada, um breve sonho causou-me profunda e dolorosa impressão. Sonhei que tinha nos braços um bebezinho recém-nascido, cuja voz saía dos pés, embora fosse possível perceber que seus pequeninos lábios se moviam. Aquilo me intrigou e perguntei, em sonho, a quem estava próximo, por que aquilo acontecia. Em resposta, disseram-me que os próprios pais dele haviam produzido aquela inversão macabra através de uma cirurgia!
A revelação me agitou interiormente. E segundo minha esposa, revirei-me de maneira brusca na cama, gesticulando como se protestasse. Quando acordei, estava caído fora da cama, com fortes dores na base da coluna…
Para que não aconteça como em outras ocasiões, quando sonhos que me pareciam significativos terminaram esquecidos irrecuperavelmente por não os haver transcrito, escrevo este breve relato seguido do que me parece ser a interpretação do tal sonho.
Interpretação
O bebê recém-nascido é a “nova” igreja adventista do sétimo dia que pode surgir aqui na América do Sul, através desse despertamento que resultou no congresso da Associação Brasileira de Adventistas Leigos. Uma iasd livre, cuja cabeça é apenas Cristo.
O problema é que essa igreja renovada, que acaba de nascer, erra por repetir em aspectos de sua reestruturação e procedimentos a mesma inversão de valores que se vê na IASD. Pés que pretendem pensar e falar em lugar da cabeça, que é Cristo.
Instituições e siglas, decisões de comissões, opiniões e crenças de alguns, práticas tradicionais, regulamentos e exigências não-bíblicos continuam sendo colocados acima do discernimento individual, que só deve submeter-se à autoridade divina, conforme revelada na Bíblia.
Na iasd livre, que Deus está suscitando, adventista algum estará subordinado a marcas registradas, templos, congregações específicas, … contribuições compulsórias ou cargos e funções hierarquizados.
Liberto por Deus dos cordões manipuladores da estrutura oficial, o adventista livre será o senhor de sua religião. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará… Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8:32-36.
O conhecimento da verdade em Cristo liberta tanto do erro e de suas conseqüências quanto das estruturas e práticas opressoras. “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” II Coríntios 3:17.
Cuidado, irmão, com os hierarquizantes, que propõem comissões representativas em lugar de grupos de estudo e oração. Que exigem a continuação da obrigatoriedade dos dízimos, embora saibam que o sacerdócio levítico perdeu seu sentido na cruz e o conselho apostólico foi: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” II Coríntios 9:7.
Cuidado com os que pretendem preservar privilégios, conservar poderes e mecanismos de controle herdados do injusto e antibíblico sistema denominacional vigente. Que formulam credos, conclusões e documentos em caráter definitivo, enquanto a Bíblia afirma que a revelação e a compreensão da verdade e da vontade do Senhor se dão de forma transformadora e crescente. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Provérbios 4:18.
Novas Bem-Aventuranças
Bem-aventurados os adventistas-livres, a quem a Organização exclui e remove de seus registros meramente terrestres. Sobre eles, já não poderá haver controle nem ameaças de perda de cargos ou desligamento. E seus nomes permanecem nos livros do Céu!
Bem-aventurados os adventistas livres, a quem Deus libertou de obrigações e rotinas desmotivadoras, aos domingos, quartas e sábados, e abriu a possibillidade de a cada semana, infiltrarem-se como sal em outras congregações, partilhando com outros a verdade que liberta.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque podem reunir-se em dias, horários e locais alternativos, tendo os dias e horários tradicionais de reunião livres para permanecer em contato com os antigos irmãos e atraí-los para a liberdade que Cristo oferece.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque podem submeter-se com maior facilidade aos planos divinos e serem usados por Deus nos locais e momentos em que Ele escolher. Deus mesmo lhes conduzirá aos lugares certos, criando oportunidades para dizerem o que precisar ser dito.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque podem iniciar classes bíblicas ou grupos de estudo sem necessitar da autorização de homem algum. Eles não doutrinarão nem forçarão decisões prematuras, para que outros alcancem alvos ou se promovam na Revista Adventista.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque recuperarão para si o trabalho e prerrogativas de apóstolos. Eles próprios batizarão seus interessados, ministrarão santas ceias e servirão aos irmãos, conforme lhes indicar o Espírito.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque, libertos do controle e da padronização de pensamento, podem estudar, pesquisar e descobrir nova luz ou redescobrir preciosas verdades bíblicas a qualquer momento, sem ter de reformular credos ou aguardar pela avaliação de terceiros.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque se libertaram da salvação negociada pelos novos mercadores do templo, que condicionam a entrada no Céu ao pagamento de tributos sacros a uma casta mercenária que se interpõe entre os homens e Deus.
Bem-aventurados os adventistas livres, porque prestam contas unicamente a Deus relacionando-se diretamente com Ele, através de Cristo, Seu advogado e sumo-sacerdote. Assim, sem a interferência de homem algum, a religião volta a ser um assunto entre o indivíduo e Deus.
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” Gálatas 5:1.
Robson Ramos
FONTE: http://www.adventistas.com/novembro2001/congresso/sonho_robson.htm