Natureza Humana de Jesus

De acordo com as Sagradas Escrituras, houve uma ocorrência que dividiu a história da humanidade, essa ocorrência foi o “pecado”.

LAPSO = Espaço de tempo / Descuido / Falta, erro.

Portanto, houve um tempo, antes do pecado = Pré-lapsariano; e após o pecado = Pós-lapsariano.

PECADO = Conforme o registro sagrado, essa ocorrência aconteceu envolvendo dois lugares e dois tipos de “seres”.

NO CÉU – Os seres envolvidos, seres espirituais (anjos), criados à imagem e semelhança do Criador, ao que se pode inferir, a partir das Escrituras Sagradas, não tendo a capacidade reprodutiva, não tiveram a possibilidade de transmitir geneticamente a condição de pecado, ou seja a pecaminosidade.

NA TERRA – Os seres envolvidos, seres humanos, carnais, criados à imagem e semelhança do Criador, foram criados, também como os anjos, perfeitos; porém diferentemente dos anjos, com capacidade reprodutiva, portanto, legando a condição pecaminosa aos seus descendentes.

NATUREZA HUMANA PRÉ-LAPSARIANA – Os seres humanos, antes do pecado, não sentiam: 1- Vergonha. 2- Medo. 3- Cansaço. 4- Dor. 5- Insatisfação (desejos). 6- Outros sentimentos negativos.

NATUREZA HUMANA PÓS-LAPSARIANA – 1- Ao se olharem, Adão e Eva, sentiram vergonha e coseram folhas para avental. 2- Sentiram medo, então fugiram de Deus. 3- Deus declarou que com osuor do rosto (cansaço) iriam obter o sustento. 4- A procriação, que fora dada antes, como ordem para crescer e se multiplicar, se não houvesse ocorrido o pecado, não implicaria em “dores” de parto. A dor não existia antes, e depois, também não seria apenas para a mulher, no parto, mas a dor passou a ser uma condição intrínseca do ser humano. 5- A declaração de que, para a mulher, “o teu desejo será para o teu marido e ele te dominará”, significava a insatisfação, dependência, opressão sofrida e exercida.

Essas situações, todas negativas, consequentes, pós pecado, não existiam antes, quando tudo fora criado perfeito e bom.

OCORRÊNCIA DO PECADO – É de fundamental importância entender que, a ocorrência do pecado, absolutamente não está ligada ao tipo de “ser”, espiritual ou carnal, muito menos à condição do “ser” ou “estar”, no tempo: – antes, ou depois do pecado original.

PECAMINOSIDADE – Condição incorporada aos seres envolvidos, que no caso humano, passou a ser transmitida geneticamente.

PECAR – É uma ocorrência por escolha, e não por uma condição pré existencial, tanto que, no céu, os anjos perfeitos, pecaram.

Na terra, os primeiros pais, pecaram, sendo perfeitos e estando portanto na condição pré-lapsariana; como também os anjos rebeldes, que antes de se rebelarem eram perfeitos.

Portanto a condição de “perfeição”, absolutamente não é um fator para não pecar. 

Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. 1 João 3:9

Diante dessa declaração, como se pode entender o que aconteceu no Éden? Adão não era nascido de Deus?

Adão não fora criado perfeito?

Para o que aconteceu no Éden a explicação é a atuação do inimigo de Deus, que também pode ter atuado em outros mundos habitados por seres, também criados semelhantes ao Criador.

E, para o que aconteceu no Céu? Lúcifer, também não fora criado perfeito?

LIVRE ARBÍTRIO – Liberdade de escolha.

ESCOLHA, é a resposta. Não uma condição preestabelecida de perfeição ou herança genética pecaminosa que determina ser pecador ou não.

Nem o ser “nascido de Deus” é condição determinante para não pecar, pois Adão e todos os anjos vieram sob essa condição, e pecaram; mesmo tendo sido criados perfeitos.

Para não pecar, não é suficiente ser nascido de Deus, mas é necessário ser nascido de Deus e permanecer nEle.

Tanto Adão, na condição pré-lapsariana, como os anjos rebeldes, pecaram, não por ter a condição de perfeição, mas por não permanecerem sob o domínio de Deus, mas foram dominados pela própria vontade.

DIMENSÕES DA NATUREZA HUMANA – Podemos entender a natureza humana em 3 dimensões: Física, Mental e Espiritual.

É fácil identificar a natureza física, mas muitas vezes não é fácil estabelecer a linha divisória entre a natureza mental e espiritual.

Determinadas experiências ou reações físicas, como cansaço físico ou dor física, podem ser facilmente verificadas; porém o cansaço mental ou dor emocional, nem sempre, por exemplo os espiões treinados podem ocultar essas reações.

A angústia, mental ou espiritual, não é fácil de ser classificada.

PECADO – O pecado pode ocorrer nas 3 dimensões, simultaneamente ou até isoladamente.

Exemplo: A transgressão do 7° mandamento, pode ocorrer mentalmente, sem ocorrer fisicamente.  (Mateus 5:28)

José, diante da mulher de Potifar, na condição pós-lapsariana, não cometeu esse pecado, em nenhuma das 3 dimensões, física, mental e espiritual. (Gênesis 39:9)

Por quê?

Porque, pecar ou não pecar, não depende da condição pré ou pós-lapsariana, depende da escolha. José estava vivenciando a condição pós-lapsariana, e não pecou. Adão, no Éden, estava na condição pré-lapsariana, e pecou. Alguns anjos, na condição de perfeição (pré-lapsariana) pecaram.

Jó, quando tentado e sob a condição física e mental degradadas, na condição pós-lapsariana, segundo a palavra sagrada, não pecou espiritualmente e ainda repreendeu sua mulher quando instigada pelo inimigo sugeriu que ele “amaldiçoasse” a Deus e morresse.

PECAR OU NÃO PECAR É UMA QUESTÃO DE ESCOLHA, E NÃO DE CONDIÇÃO FÍSICA, MENTAL OU ESPIRITUAL.

O cansaço, dor, medo, angústia foram condicionantes não existentes para os humanos na situação pré-lapsariana. (Gênesis 3:10 a 14)

NATUREZA HUMANA DE JESUS:

Sabemos que Jesus não pecou.  (2Corintios 5:21) – Equivocadamente defensores da tese do pré-lapsarianismo para a natureza humana de Jesus, estão fazendo dEle, um ator; que apenas representou um papel aqui nesta terra, e assim quando aparentou cansaço, se tivesse a natureza pré-lapsariana, não estaria sentindo realmente, mas estava representando apenas.

Quando Simão, Cirineu (Mateus 27:32), precisou carregar a cruz, o primeiro Adão, mesmo que estivesse na condição pós-lapsariana, com 33 anos de idade, não teria sucumbido com o peso que Simão o Cirineu conseguiu carregar; muito mais na condição pré-lapsariana. Então, Jesus, estava na condição pré-lapsariana???!!!

Será que Jesus, ora vivenciava a condição pré-lapsariana e ora vivenciava a condição pós-lapsariana? Ou fazia teatro? – Isto na condição física.

E, na condição mental?  (Mateus 26:37) – O primeiro Adão, no Éden, sentia tristeza ou angústia? – Agora, o segundo Adão, se estivesse na condição pré-lapsariana, estaria realmente tendo esses sentimentos? Ou, estaria representando?!

Se estava representando, mentiu! Pois, não estava sentindo tristeza e angústia, sentimentos esses não existentes na condição pré-lapsariana. E, se houvesse mentido, haveria pecado, e a palavra sagrada nos diz que Ele não pecou, portanto não estava simulando tais sentimentos não vivenciados na condição pré-lapsariana.

E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Marcos 15:34

Como poderíamos classificar essa declaração? Angústia mental ou espiritual?

Como podemos comprovar na palavra sagrada, “angústia”, não fazia parte da vivência pré-lapsariana, também é difícil estabelecer se essa angústia era apenas mental ou espiritual, porém mais parece ser uma ”angústia espiritual”, tornando assim, comprovado que também a natureza espiritual vivenciada por Jesus, foi a pós-lapsariana.

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Agora, o que se pode depreender desses textos a seguir, quanto à natureza pré ou pós-lapsariana?

O Desejado de Todas as Nações

Satanás apontara o pecado de Adão como prova de que a lei de Deus era injusta, e não podia ser obedecida. Cristo devia redimir, em nossa humanidade, a falha de Adão. Quando este fora vencido pelo tentador, entretanto, não tinha sobre si nenhum dos efeitos do pecado. Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor da mente e do corpo. Achava-se circundado das glórias do Éden, e em comunicação diária com seres celestiais. Não assim quanto a Jesus, quando penetrou no deserto para medir-Se com Satanás. Por quatro mil anos estivera a raça a decrescer em forças físicas, vigor mental e moral; e Cristo tomou sobre si as fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim podia salvar o homem das profundezas de sua degradação. 
Pag. 117

Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável. 
Pag. 49

No Deserto da Tentação

Que amor! Que extraordinária condescendência! O Rei da glória Se prontificou a humilhar-Se a Si mesmo pela humanidade caída! Seguiria os passos de Adão.  .Tomaria a natureza caída do homem e Se empenharia na luta contra o forte inimigo que triunfara sobre Adão. Venceria Satanás e, assim fazendo, abriria o caminho para a reparação da falha e da queda desventurosa de Adão e de todos aqueles que cressem nele. 
Pag. 22

José da Silva

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