AS EXIGÊNCIAS DO DISCIPULADO – MC 8:34-38

“Depois de traçar o perfil do discípulo em Mc 8:27-33 (“alguém que caminha com Jesus e com a comunidade dos discípulos de Jesus, admite e verbaliza a identidade de Jesus, compreende a necessidade da morte e ressurreição de Jesus), Jesus convocou a multidão e os Seus discípulos para pontuar quais são as EXIGÊNCIAS DO DISCIPULADO…

I – DECISÃO (“se alguém quer vir….” – v. 34)

A decisão envolve três realidades chaves: 1.) escolha ( “se….”) – o candidato ao discipulado precisa escolher entre Jesus ou o diabo, luz ou trevas, céu ou inferno, amor ou ódio, espírito ou carne; o verdadeiro discípulo é aquele que faz a escolha certa, na hora certa, da pessoa certa: Jesus Cristo; 2.) responsabilidade pessoal (“alguém…” ) – ainda que o chamado ao discipulado seja geral (At 17:30), a responsabilidade da escolha do discipulado com Jesus é pessoal (Rom 14:12) e nunca pode ser transferida; 3.) vontade (“quer vir…”) – o discipulado é uma escolha pessoal responsável que não se alicerça nas oscilações dos sentimentos mas na determinação de uma vontade que só vislumbra um horizonte para a vida: Jesus Cristo.
Como igreja, em relação à decisão por Jesus, nós não podemos: ignorá-la (deixando de confrontar com o arrependimento), facilitá-la (escondendo as implicações de uma escolha de Jesus) e nem desprezá-la (deixando de acompanhar aqueles que decidem seguir Jesus), mas valorizá-la através de um acompanhamento contínuo e disciplinado do decidido.

II – CENTRALIZAÇÃO (“após mim” – v. 34; Ef 1:9-10)

Após a decisão, a vida do discípulo começa a passar por um processo de redefinição de “centro” que envolve: 1.) espera (“após”) – ser discípulo significa andar permanentemente no itinerário de Jesus (Mc 8:27, I Pd 2:21) sem exigir que Ele ande no nosso itinerário; o discípulo não Lhe determina nada, não cobra nada, não exige nada, apenas espera pacientemente (Sl 40:1); 2.) exclusividade (“mim”) – o discípulo convive com muitas pessoas , mas é servo de um só Senhor (Ef 4:5).

III – CRUCIFICAÇÃO (“…a si mesmo se negue, tome a sua cruz…” v. 34)

Crucificação é palavra chave para quem deseja levar o discipulado a sério: 1.) o alvo da crucificação é o “eu” (“a si mesmo”) – ser um discípulo crucificado é parar de atirar pedras no próximo e começar a admitir que o problema está em nós mesmos! 2.) o meio da crucificação é a auto negação (“se negue”) – Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão preso e morto pelas forças nazistas de Hittler, afirmou que a “auto negação” significa dizer a nós as mesmas palavras que Pedro disse em relação a Jesus: “não conheço este homen”; 3.) a responsabilidade da crucificação (“tome a sua cruz”) – cruz não é sogra enjoada, patrão insensível, vizinho inconveniente pastor rigoroso ou irmão orgulhoso; a “sua” cruz é você mesmo com sua inconstância, incredulidade, indiferença, frieza, comodismo, mundanismo, carnalidade… tomá-la é renunciar a você , ou seja, renunciar ao pecado.

IV – CRISTIFICAÇÃO (“e siga-me” – v. 34)

A crucificação precisa vir acompanhada da “Cristificação” = esforço diário do discípulo para ter um caráter semelhante ao de Jesus, o qual envolve três fatores: 1.) direção – o melhor lugar do mundo é o centro da vontade de Jesus; 2.) aproximação – na caminhada do discipulado o discípulo precisa ampliar gradativamente a intimidade com Jesus; 3.) santificação – o discipulado não é um chamado à religiosidade mas a um espiritualidade evidenciada na construção de um caráter semelhante ao de Jesus (At 4:13-14).

CONCLUINDO, nos versos 35 a 38, Jesus reforça (“pois” – v. 35) todas as exigências do discipulado já expressas no v. 34 alertando que duas bênçãos são concedidas ao verdadeiro discípulo de Jesus: 1.) “salvação” na vida terrena (v. 35b) – experiência de uma vida plena e abundante (Jo 10:10); salvação na vida futura (v. 36-38) – certeza de que a alma comprada pelo sangue do Senhor Jesus será eternamente salva (Mc 10:28-31).Por outro lado, Ele também exorta que a rejeição do discipulado resultará em insatisfação terrena (v. 35) e na perdição eterna (v. 36-38).Que Cristo produz em nós estas marcas profundas do verdadeiro discipulado, é a minha oração sincera!”

Autor: Pr. Jair Francisco Macedo – [email protected]; http://www.comunidadepedraviva.com.br/sermoes_serie.php?sermao=36&serie=3.

 

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