Há muitas pessoas que nem querem mais ler a Bíblia por entenderem que a Bíblia está cheia de erros.
É verdade que existem incorreções, mas, cremos que Deus, em sua infinita bondade, preservou nela tudo que necessitamos para nossa salvação eterna.
Sobre as versões, leia em http://www.adventistas-historicos.com/arquivos/As_Versoes_Biblia.PDF
Maranata!
Paulo Augusto da Costa Pinto
“De vez em quando se lê e se ouve, na forma de uma frase solta, que a tradução de Almeida contém mais de mil erros. Em determinado site, por exemplo, aparece esta afirmação: “um tradutor conhecido dos brasileiros, o protestante João Ferreira de Almeida, reconhece que sua tradução tem dois erros”. Diante disso, cabe perguntar: o que há de verdade por trás disso?
Esse tipo de afirmação a respeito da tradução de Almeida tem um misto de verdade e mentira.
Verdade é que a primeira edição do Novo Testamento de Almeida, publicada em 1681, saiu com erros que foram detectados pelo próprio Almeida. Como assim? Acontece que Almeida preparou o manuscrito da tradução no Oriente, na acidade de Betávia (hoje Jacarta), na ilha de Java, mas a impressão foi feita na Europa, em Amsterdã, na Holanda, e que erros eram esses? Acima de tudo erros tipográficos, envolvendo, por exemplo, palavras com grafia errada, acentos em palavras que não tinham, etc. (alguns dos erros detectados por Almeida não são nada disso, à luz da grafia moderna de algumas línguas).
Mas Almeida verificou também a presença de erros de conteúdo, inseridos, ao que tudo indica, por revisores holandeses. Detectados os problemas, as autoridades da época determinaram que todos os exemplares dessa primeira impressão do Novo Testamento em português fossem destruídos. Entretanto, essa ordem não foi seguida à risca no Oriente. Em 1683, na cidade de Betávia, apareceu algo como uma “segunda impressão” desse NT. Era uma edição corrigida á mão, com nova folha de rosto e uma advertência ao leitor, em duas páginas, escrita por Almeida.
Nela, Almeida assim se expressa (em ortografia atualizada): “Porquanto este NT, em ausência do tradutor foi impresso, ocorreram nele muitas faltas; das quais as principais, conforme o índice que logo após esta Advertência segue, com a pena vão emendadas, para que dele vos possais servir entre tanto que na segunda impressão, que com o divino favor presto à luz há de sair, tudo emendado venha” (Herculano Alves, A Bíblia de João Ferreira Annes d’Almeida, p. 276). Nessa “edição corrigida”, Almeida introduziu alterações, a mão, em 144 versículos do NT, listados no referido índice. Somando-se a isso as correções de grafia, o número sobe para mais de mil.
E o que é mentira nessa história dos mil ou dois mil erros da tradução de Almeida? Mentira é não especificar que tipo de erro que se trata e dar a entender, pela ênfase neste assunto, que só a tradução de Almeida tinha problemas e que outras traduções são infalíveis e não precisam de retoques. Nos tempos antigos (e, em parte ainda hoje), conseguir uma Bíblia impressa sem erros tipográficos somente era possível ao final de um processo de sucessivas revisões e reimpressões. Mas a mentira maior é dizer que esses erros não foram corrigidos. O próprio Almeida corrigiu à mão alguns daqueles exemplares impressos em 1681 e, como mostra a citação acima, prometeu correções para a segunda edição, que acabaria sendo publicada em 1693.
Tudo isso mostra que Almeida Corrigida não é uma ideia nova, pois a necessidade de correções acompanha a tradução desde o seu início. Ela passou a ser usada pela igreja de fala portuguesa, na distante cidade de Betávia, já como uma edição corrigida. Afirmar que esses erros não foram corrigidos nas edições posteriores é querer negar o que os títulos das edições de Almeida indicam: Almeida Revista e Corrigida; Almeida Revista e Atualizada.
Por outro lado, a constatação de que, desde o início, houve necessidade de correções na tradução de Almeida mostra que é problemática essa noção de Almeida fiel. A que edição alguém se refere quando cita uma Almeida fiel? No caso do Novo Testamento é a edição de 1681, a corrigida de 1683, a segunda edição de 1693, ou qual? No meu entender, a edição mais fiel da Bíblia de Almeida é aquela que expressa o significado do original da forma mais atualizada possível (sem adulterar o texto original), segundo a intenção do seu tradutor: dar ao povo de seu tempo a Palavra de Deus em sua língua nativa, de modo que todos a possam compreender. Se a tradução não reproduz o original ou faz uso de linguagem inadequada é preciso corrigir. É preferível corrigir a perpetuar num erro. Foi o que Almeida fez. Felizmente!”
Por Vilson Schotz (Doutor em Novo Testamento e consultor de Tradução da Sociedade Bíblica do Brasil – SBB).
Texto adaptado por Rogerio Santos de Mattos
Fonte:
Revista Sociedade Bíblica do Brasil, nº 239, ano 65, 2013, p. 31.
Um Comentário
presbitero robson r pellegrino ( UNITARISTA BIBLICO)
26 de maio de 2013 at 02:36SE EU CREIO NAS ESCRITURAS HEBRAICAS E GREGAS, É NA HERMENÊUTICA, POIS REIS , PAPAS, SACERDOTES, POLÍTICOS AS MUDARAM E MUDAM.
POR ISTO MUITA COISA DELA É MENTIRA,ACRÉSCIMOS,E OMISSÕES.
CREIO TAMBÉM NOS APÓCRIFOS, QUANDO BATEM COM AS ESCRITURAS!
TOMEMOS CUIDADO COM AS ESCRITURAS, DEVEMOS LER ELAS COM HERMENÊUTICA E VER SE A HISTORIA ATESTA!