Princesa Diane: Oportunidade de Havê-la Visto Pessoalmente

PRINCESS DIANA, PRINCESS OF WALES, 996 WASHINGTON DC. PHOTO WAS ON THE COVER OF US NEWS MAGAZINE AND WAS THE BEST SELLING ISSUE IN 70 YEARS.

Era o mês de abril de 1991. O Príncipe Charles e a Princesa Diane estavam em visita ao Brasil.
Enquanto o Príncipe Charles, atraído pela fauna de beija-flores do Estado do Espírito Santo, decidira visitar aquele Estado, a Princesa Diane optara por visitar e conhecer as Cataratas do Iguaçu, um dos meus locais de trabalho, na época.
Como médico em Foz do Iguaçu, dois dos meus locais de trabalho eram especiais por me colocarem em contato com gente do mundo todo:
o Ambulatório Médico da Infraero, no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, e o Ambulatório Médico do Hotel das Cataratas, onde eu era o médico do mesmo, na época, diante das próprias Cataratas, dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
Em geral, gosto de idiomas e defender-me com o francês, espanhol, italiano e, sobretudo com o Inglês, além de falar algumas expressões em outros idiomas, me ajudavam bastante naquele trabalho.
Não seria preciso sair do meu “habitat” para ver uma das maiores celebridades femininas de todos os tempos, a mulher mais fotografada do mundo até então.
É claro que tendo acesso e permissão para estar nos locais onde a Princesa estaria, não perderia a oportunidade de satisfazer minha natural curiosidade em vê-la.
Fazendo parte de um número restrito de pessoas, ali estava eu, à beira da pista, no aeroporto, conversando com o prefeito de Foz, na época o engenheiro Álvaro Newmann, fazendo parte do grupo que receberia a Princesa.
Coincidência ou não, o dia, que estivera nublado, subitamente se iluminou. O sol apareceu no exato momento em em que o que o avião da Real Força Aérea pousou, cerca das 12:30 hs daquela sexta-feira de abril.
A porta da aeronave se abriu, Diane desceu, seguida pela comitiva que a acompanhava. Olhou na minha direção e na direção de cada um dos que ali estávamos: pessoal da Infraero, policiais federais que cumpriam seu turno e, avançando, estendeu a mão, cumprimentando cada membro da comitiva oficial que a aguardava. Apesar do Parque Nacional do Iguaçu haver sido fechado para a visita da Princesa, como se disse, pela rivalidade entre Argentina, ali ao lado, e Inglaterra, na disputa pelas Malvinas, não havia nenhum esquema rígido de segurança ali como na vinda de estadistas ao local. Era como se onde a Princesa Diane estivesse tudo se descontraísse. Afinal, a guerra das Malvinas havia ficado para traz
Meus equívocos sobre a princesa Diiane, imediatamente se desfizeram, então.
Não estava ali nenhuma pessoa fútil ou banal, mas uma pessoa natural e espontânea, um ser humano que me pareceu ser incrivelmente autêntico. Não estava ali como uma atriz de Hollywood desempenhando um papel. Diane desempenhava seu próprio papel, era ela mesma.
Ainda não tinha trinta anos completos, a idade da minha esposa e eu, aproximadamente, a idade de Charles.
Era bonita, muito mais simpática, porém.
Doeu, quando, seis anos depois, em 31 de agosto de 1997 o mundo teve conhecimento da notícia do seu falecimento em virtude do acidente, no Túnel das Almas, em Paris. Para mim, foi a morte de uma pessoa conhecida.
Tão fugaz esta vida, tão passageiras e efêmeras as glórias humanas.
Até o filme que ganhei do Stefani, amigo da polícia federal, em que aprecia junto da comitiva recebendo a Princesa, uma fita em VHS se deteriorou.
Como se sabe, a vida de Diane, ao contrário do que parecia até aquela época, não erai nenhum conto de fadas. Foi traída, traiu também. Seu casamento, se desmoronou, ruiu, mas morreu quando se relacionava com alguém em busca de refazer sua vida.
Penso que Diane, apesar dos percalços, procurou ser feliz a seu modo. Não se deixava vencer pelo abatimento. Era feliz em seu modo autêntico de ser.
Diane se tornou conhecida ao se casar com o herdeiro do trono britânico, alguém nada infalível, porém. Tampouco Diane foi infalível.
Porventura algum ser humano, além Cristo, um ser divino, ligado à humanidade o seria???
Se queremos buscar infalibilidade, busquemo-la em CRISTO, portanto, que, mesmo como homem, não falhou.
O que a mulher aristocrata, mais célebre do mundo na época passou para mim foi entretanto, uma lição de autenticidade, porém. Olhava diretamente para a face das pessoas com um sorriso natural e espontâneo. Cumprimentava-as com visível sinceridade. Diane poderia ser tudo, menos falsa. Chegou admitir publicamente suas falhas. Por isto era tão amada pelos súditos ingleses e por pessoas de todo o mundo.
Como todo e qualquer ser humano teve o seu fim, trágico e rápido, porém. Deixa-nos a lição de que ainda que se tenha o máximo de condições favoráveis neste mundo, beleza, aristocracia, fama, dinheiro e glamour, tudo aqui é muito rápido, passageiro e fugaz. Aqui não é, definitivamente, o nosso lugar.
“Não se turbe o nosso coração”, disse Cristo. “Vocês já creem em Deus, agora creiam também em mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar e se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também.” João 14:1-3

Dr. Carlos Lavrado. 06/06/2021.

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