NATUREZA HUMANA DE JESUS – PARTE II

NATUREZA PÓS LAPSARIANA (depois do pecado)

Logo após a entrada do pecado neste mundo, houve uma mudança drástica que afetou até mesmo o relacionamento do universo com nosso planeta. Satanás estabeleceu-se aqui mantendo a terra sob seu domínio e os seres humanos como seus reféns.

Todo o universo de Deus foi constrangido a conviver com o mal. Passou a existir duas dimensões territoriais: A LUZ – onde habita Deus, os anjos leais, e demais seres que não pecaram (supondo-se que haja habitantes em outros mundos Jó 1:6 e 2:1); AS TREVAS – constituídas por satanás os anjos desleais, e os seres humanos como reféns do mal.

Após a adesão da Terraao pecado, Deus veio explicar as consequências e responsabilidades que no futuro aguardavam a cada um dos envolvidos. Além das novas informações, havia a necessidade de algumas providencias a fim de adequá-los a nova realidade ambiental e espiritual.

A primeira das providências de Deus foi dar ao ser humanoa esperança de que através de um ato exclusivo da Divindade, traria a salvação aos pecadores e a consequente extinção do mal, deixando claro que isto somente seria possível através do sacrifício do Seu Filho Unigênito (Gênesis 3:15 RA).

Outra providência de Deus foi tornar claro que a vida neste novo contexto (convivência do bem com o mal) não poderia ser perene, pois isto seria perpetuar o sofrimento e a dor, e, em consequência inviabilizar Sua Palavra “certamente morrerás” (Gênesis 3:22-24)

É interessante como Deus lida com uma situação tão drástica com avaliações, aparentemente, tão simples (Gênesis 2:25; nos 3:10 e 3:21 RA), pois nós, seres humanos, tenderíamos a enfatizar as consequências mais marcantes como: o sofrimento, a morte etc.

Deus, em Sua Palavra, realçou a mudança no sentimento mais intimo do ser humano a sua nudez, mostrando-nos que antes do pecado isto não fazia a menor interferência no relacionamento divino-humano(Gênesis 2:25 RA), mas a desobediência produzira na personalidade humana dois terríveis sentimentos: o medo e a vergonha(Gênesis 3:21 RA).

A Palavra de Deus nos informa que sendo o homem senhor deste mundo (Gênesis 1:28)sua opção pelo mal trouxe consequências sobre a fauna e flora terrestre, isto é, o mal penetrou nas plantas fazendo com que algumas delas fossem nocivas ou causassem sofrimento, ou até morte aos seres vivos,

O mal passou a exercer influencia ao instinto animal fazendo com que alguns deles fossem predadores de outros, e perigosos aos seres humanos.O solo, também, foi afetado, de maneira que temos a presença de desertos e terras improdutivas. Ainda poderíamos mencionar que a ciência, hoje, é capaz de nos informar sobre a existência de um mundo microscópio dividido em parasitas, fungos vírus etc., alguns úteis, e outros nocivos aos seres vivo. Percebe-se, assim, que na maior ou menor escala o mal estar sempre presente e concorrendo com o bem.

De todas as maldições que a escolha pelo mal nos acarretou, a que me parece mais penetrante e danosa aos seres humanos é, sem dúvidas, a “NATUREZA PECAMINOSA”, esta natureza é capaz de extinguir nossa liberdade de escolher entre o bem e o mal, e somente em Deus é que podemestarneutralizados de seus efeitos, nos tornando livres outra vez, com capacidade de escolher seguir ao nosso criador (João 8:36).

A natureza pecaminosa faz com que cada pessoa que venha a este mundo seja, obrigatoriamente e inevitavelmente, um pecador, e como tal, já antecipadamente, esteja condenado a morte.

Esta situação manifesta-se de forma cabal no comportamento de infantes criancinhas, que ainda, mesmo sem saber discernir o certo e o errado, já manifestam, em suas atitudes, ações pecaminosas que evidenciam sentimentos malévolos tais como: egoísmo, agressividade, ciúme etc.

Podemos afirmar com segurança que todos os que nascem neste planeta, herdam de Adão um irreparável defeito em sua própria natureza, e mesmo que não houvesse tentação, assimmesmo, ainda manifestaríamos em nossa vida sentimentos e atos pecaminosos.

Para termos uma melhor compreensão desta verdade consideremos as palavras do Apostolo Paulo em Romanos 7: 18-25 “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.”

Não é difícil perceber que para a nossa situação não há saída que possamos conquistar pelos nossos esforços ou capacidade: estamos SIM PERDIDOS!Não há remédio para a raça humana em lugar nenhum, a não ser no próprio Deus.“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16 RA)

Com relação ao pecado temos que considerar que enquanto em sua natureza pré lapsariana o ser humano poderia escolher pecar, não estava constrangido ou impelido para o mal.
Hoje, em nossa condição pós lapsariano, NÃO ESCOLHEMOS PECAR, somos, por natureza, compungidos a isto. Antes do pecado éramos candidatos a VIDA ETERNA, hoje nascemos condenados a MORTE ETERNA.
Antes não necessitávamos de salvação e muito menos de um salvador. Hoje, carecemos desesperadamente de salvação e Salvador, sob pena de inevitavelmente perecermos.
Se fosse possível ao ser humano uma auto restauração, ou em outras palavras vencer o pecado ou a tendência para pecar (Natureza Pecaminosa), que necessidade ele teria de um Salvador?
Se, por outro lado, Jesus ou Deus nos desse,apenas, poder para vencermos o pecado (entenda-se como vitória sobre o pecado, a total liberdade do poder do mesmo em nossa vida, no presente e no futuro, não a simples vitória sobreuma tentação momentânea), em realidade Ele não estaria nos salvando, mas dando-nos condições para que nos salvássemos a nós próprios.

Logo a necessidade do ser humano NÃO É DE UM “SALVADOR” QUE SEJA UM MERO EXEMPLO E QUE APENAS NOS AJUDE A SALVAR-NOS A NÓS PRÓPRIOS.
A natureza pecaminosa “exige” UM SALVADOR QUE NOS SUBSTITUA E QUE SEJA CAPAZ DE NOS TRANSFERIR SEUS MERITOS EM NOSSO FAVOR. Alguém que realmente NOS SALVE! Ou seja, necessitamos de um SALVADOR IDONEO!

RESUMO DANATUREZA PÓS LAPSARIANA
1)O mal obteve sua maior vitória o sequestro de um planeta;
2)O campo de batalha do conflito entre o bem e o mal se transferiu, do céu, para o Planeta Terra;
3)O ser humano recebeu as consequências imediatas de sua escolha; dor, doença, sofrimento e a segunda morte;
4)A fauna e a flora também sofreram com a entrada do pecado neste mundo;
5)A natureza física, psíquica e espiritual do ser humano contaminou-se com o mal, de tal forma, que toda a raça humana padece debaixo da condenação e necessita desesperadamente de um SALVADOR IDONEO!
6)Todo ser humano passou a pecar, não mais por escolha, mas compungido pela “natureza pecaminosa”
7)Tendo em vista que alguns anjos criados perfeitos e o homem feito a semelhança de Deus, não foram capazes de obedecerem a Palavra de Deus,Satanás lançou uma aparente duvida no universo: “É impossível obedecer a Deus,mesmo em uma natureza pré lapsariana”

Continua no tópico: NATUREZA HUMANA DE JESUS–PARTE III
Fraternalmente,
Heráclito Fernandes da Mota.

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