Juízo Divino

Há conceitos, contraditórios sobre o Juízo Divino com o que pode ser verificado na Bíblia sobre o caráter de Deus e também sobre uma de Suas características de Poder: ONISCIÊNCIA!

Veja a incongruência conceitual da doutrina do “juízo investigativo” “justo, Abel (Heb.11:4), o 1º morto considerado justo”, ora, antes de 1844, já se sabia que Abel era justo, portanto, já havia sido julgado! E considerado justo! E declarada a sua condição, perante os seres humanos e perante todo o Universo!

Vejamos outro exemplo: – Belsazar, (Daniel 5:27), muito antes de 1844, foi julgado, achado em falta, e condenado! E assim podemos ver em toda a Bíblia Sagrada, inúmeros exemplos, ou quase todos os personagens, com algumas exceções onde não aparece o veredito Divino, nem indicação segura do resultado do julgamento Divino sobre a vida vivida. Temos ainda os povos, inimigos de Deus e por consequência da nação Israelita por ocasião de sua instalação na Palestina, porque Deus já havia julgado e condenado aquelas pessoas, e mandou que fossem todos destruídos.

Hebreus 11 – Aqui temos uma lista de nomes que, antes de 1844, quando já se sabia, desde o primeiro século da era cristã, que tais pessoas já estavam julgadas e salvas, não havendo nenhuma condenação a elas.

Hebreus 11 foi escrito no primeiro século da era cristã, e quem leu esse escrito, naquela época, ao ver aqueles nomes lá mencionados, já se sabia que estavam julgados e salvos.

Em um julgamento há um pressuposto que é o resultado do juízo, e só há duas opções: condenação ou absolvição.

Deus não está limitado ao tempo para julgar! Deus é ONISCIÊNTE!

Ademais, não serão apenas os atos e ações que serão julgados, e até as omissões,  mas principalmente as intenções, ainda que não se realizem.  (Mateus 5:28)

Mais um exemplo de julgamento e absolvição antes de 1844 é o que está relatado em Lucas 23:43, o caso do malfeitor, conhecido como “bom ladrão”, pela tradição, chamado Dimas. Inclusive este fato é prova de que o julgamento é competência de Cristo (João 5:22), concedida por seu Deus e Pai (João 5:22), bem como é prova de Sua Divindade, (porquanto Filho do único Deus verdadeiro, João 17:3), inclusive demonstrada e utilizada antes de Sua ressurreição! Só Deus pode conceder VIDA ETERNA!

A concessão feita pelo Pai não foi parcial. A “natureza” do Filho é a mesma do Pai.

Não é razoável pensar que esses nomes mencionados na Bíblia, tenham sido exceções de julgamentos antecipados, uma vez que ocorreram antes de 1844. Mas, esses exemplos servem para mostrar o processo do Juízo, e, que Deus não está limitado nem precisa investigar nada, pois sabe todas as coisas, Ele é “Onisciente”!

 

Outra questão intrigante nesse processo do juízo, é a intercessão! Quantas vezes, por ocasião do falecimento de alguma pessoa, há preletores que acreditando na intercessão de “santos”, apelam a alguém “superior a Deus”, a “virgem Maria”, “mãe de Deus”, como se Deus fosse, no mínimo, insensível, ou passível de ser demovido de Sua intenção de condenar ou absolver alguém; isso no mínimo é estar dizendo que Deus não é capaz de ser justo, e só faria justiça depois do apelo intercessório! ISSO DESTRÓI A ONISCIÊNCIA DE DEUS!

Bem, mas e a intercessão de Cristo?

Esta é uma outra questão intrigante a ser esclarecida!

Partindo da premissa de que Deus, o Pai, a ninguém julga (S. João 5:22, Atos 17:31), nesse processo de juízo, como se pode entender a intercessão de Cristo? (Romanos 8:34, Hebreus 7:25).

Se o Pai a ninguém julga, por que Cristo intercederia junto ao Pai se é Ele, o próprio Cristo, quem julga? Pois também não podemos entender que Ele (Jesus) faça intercessão para consigo mesmo! Além do que Deus não muda! (Malaquias 3:6 e Tiago 1:17).

Para harmonizar essa situação, devemos entender que, o que Cristo faz é se interpor entre o pecador arrependido e a exigência do cumprimento da Lei, para justiça, o que é impossível ao pecador, Jesus se apresenta como substituto. Essa é a intercessão de Cristo, não uma apelação a Deus para mudar-lhe de decisão, pois Deus não muda, e também a decisão de absolvição ou condenação é atribuição do próprio Cristo, assim a intercessão de Jesus é perante a exigência da Lei de Deus, que é a expressão do Seu caráter.

Bem, mas, e o juízo de que a Bíblia fala?

O conceito de juízo não é restrito ao ato de decidir, absolvição ou condenação. Esse ato de decisão, inclusive de divulgação do veredito, de caso a caso, conforme já exposto, não se iniciou em 1844, pois pelos exemplos bíblicos, julgados e declarados, todos ocorreram antes de 1844, e não devemos entender que esses casos teriam sido de julgamento antecipado, e que os demais casos, não relatados seriam julgados após 1844, isso no mínimo seria limitar Deus no tempo!

E ainda restaria uma outra questão: COMO FICARIA A ONISCIÊNCIA?

Consequentemente, surge então a pergunta: O que significa ‘… vinda é a hora do seu juízo…’???  (Apoc.14:7)

  1. Na Terra, a Igreja, instituição Divina, correspondente ao Santuário do deserto, passou a ser purificada das errôneas doutrinas, especialmente daquelas que eliminavam o sacrifício de Cristo como o único meio de absolvição, essencial para salvação, portanto, o pecado mais grave que pode existir: trocar o Caminho de Deus por outro caminho, seja indulgência ou qualquer invenção humana ou proveniente do inimigo.

“Certos fatores relativos à cena desse juízo celestial devem ser notados. Primeiro, ele acontece no Céu. Segundo, acontece antes do estabelecimento do reino de Deus. Terceiro, refere-se ao julgamento de um falso sistema religioso, sugerindo a restauração da verdade  antes de Deus restabelecer Seu reino na Terra. Quarto, essa restauração envolve verdades pisoteadas pelo chifre pequeno como o sábado, os Dez Mandamentos, a salvação pela fé, a mortalidade da alma, etc.” – (Lição da Escola Sabatina, 3º trim./2006, Auxiliar, pág. 51 – título III. O juízo celestial – 2º §)

 

  1. No Céu, os livros foram abertos, para mostrar ao Universo a justiça de Deus, e como “ninguém merece”, Jesus intervém, intercede, se apresentando como justiça nossa. Isso não é um ato decisório, de absolvição ou condenação, é um processo demonstrativo da justiça Divina. Nem tampouco uma apelação ao Pai para demovê-lo da condenação, visto que não há um justo sequer. (Romanos 3:10)

 

…“Assim, a obra de Jesus no santuário celestial  é o cumprimento do Dia terrestre da Expiação.

Realmente, estamos vivendo no tempo do Dia celestial da Expiação. Os que afirmam ter recebido Jesus serão aceitos com base em sua lealdade e discipulado a Cristo. Esse exame também demonstrará ao Universo que a morte expiatória de Cristo justifica a posição de Deus no grande conflito e Seu juízo sobre o pecado e Satanás. O juízo pré-advento não é ficção teológica. Ao contrário, é a maneira de Deus fazer com que o Universo veja que o amor que conduziu o Salvador à cruz forma a base para a salvação dos fiéis, a condenação dos pecadores e a justificação do juízo de Deus contra o pecado e Satanás.” (Lição da Escola Sabatina, 3º trim./2006, Auxiliar, pág. 168 – 1º §)

Portanto, tenho a esperança e gostaria de ainda ver a substituição da intitulação para esse evento, que teve inicialmente o título de “Juízo Investigativo”, agora sendo chamado de “Juízo Pré-Advento”, talvez por “Juízo Demonstrativo” e uma explicação melhor elaborada.

 

Dessa forma, a “espada de Dâmocles”, o JUÍZO, ou seja, o julgamento e a decisão final para cada um, não cai na cabeça de cada um dos vivos quando seu nome é julgado, após 1844, isto já aconteceu antes da fundação do mundo, quando Deus planejou nossa redenção. (I Pedro 1:20)

Deus quando estabeleceu o “Plano da Redenção” já sabia quem iria se arrepender e portanto quem seria “julgado” absolvido e salvo. 

Isto não é predestinação, Deus apenas sabe, antes que aconteça, isto é ONISCIÊNCIA! Deus não precisa investigar nada, Ele sabe tudo. Por isso entendo que demorou para substituição da nomenclatura “Juízo Investigativo”, uma vez que nos processos judiciais que conhecemos, a investigação só se faz necessária nos casos de desconhecimento das ações e intenções que produzem fatos considerados criminosos, pela justiça.

Ainda, na lição Esc. Sab. 3º trim./2006, na parte auxiliar, pág. 51, sob o título: “O juízo celestial” está muito claro que fase do julgamento está acontecendo, e o quarto fator esclarece Dan. 8:14 “… A restauração da verdade… verdades pisoteadas pelo chifre pequeno como o sábado, os Dez Mandamentos, a salvação pela fé, a mortalidade da alma, etc.”

 

Portanto, a purificação do santuário, é muito diferente do conceito de “juízo investigativo” para saber se a pessoa “A” ou pessoa “B” será condenada ou absolvida.

Ademais, outra questão a ser considerada sobre o Santuário Celestial, modelo do Santuário Terrestre, que era uma sombra, é muito mais abrangente do que um mero espaço no céu, cujo terrestre guardava alguma semelhança de medidas, compartimentos ou utensílios, haja visto que o real, teve o seu pátio (no terrestre, onde o animal inocente era imolado como oferta pelo pecador) aqui na Terra, no Monte da Caveira (Calvário). O Santuário Celestial é muito mais do que uma construção material; é um processo Divino de libertação do pecado, através da vida e obra de seu Filho Unigênito, o Cordeiro de Deus, que derramou o seu sangue, aqui na terra. Assim o Pátio do Santuário Celestial não está no Céu; foi aqui na Terra.

Dessa forma o Santuário Celestial transcende a um espaço físico no Céu.

Portanto, o modelo celestial mostrado a Moisés nada mais foi do que um projeto arquitetônico ou maquete, que poderá eventualmente continuar existindo pela eternidade “in memoriam”.

A promulgação do veredito só ocorre após o encerramento do julgamento (Isto no processo que conhecemos, o processo humano – No âmbito do Divino, que é ONISCIENTE, Ele o pode fazer mesmo antes da pessoa haver nascido; e para os seres criados à imagem e semelhança do Criador, Ele já está realizando há muito tempo, por exemplo no caso do Patriarca Jó, e não temos informações, mas já pode estar fazendo há muito tempo, para os Anjos Santos e para os habitantes de outros mundos, desde que eles queiram saber a situação da pessoa humana “A” ou “B” ou “C”, além daquelas pessoas listadas em Hebreus 11,e, da mesma forma que na cruz foi declara a salvação (perdão) ao condenado, conhecido como ‘bom ladrão’). No caso do julgamento Divino não há possibilidade de apelação uma vez que não há erro judiciário pois Deus é ONISCIENTE e não erra.

 

A lição da Esc. Sab.  3º trim/2006 – Auxiliar, pág. 51 – No tópico “O juízo celestial” – Conforme Daniel 7:26, fala do julgamento da ponta pequena. Nenhuma menção de julgamento pessoal! (Dr. George Knight em seu livro Visão Apocalíptica e a neutralização do Adventismo, pág. 70, fala do julgamento da ponta pequena e não do julgamento investigativo ou pré-advento,….)

 

Na pág. 168 – “O juízo pré-advento não é ficção teológica. Ao contrário, é a maneira de Deus fazer com que o Universo veja que o amor que conduziu o Salvador à cruz forma a base para a salvação dos fiéis, a condenação dos pecadores e a justificação do juízo de Deus contra o pecado e Satanás.”

Aqui diz que a atividade do juízo pré-advento (Dan. 7:26 e Apoc. 14:7) é a justificação do juízo de Deus! e não o julgamento de cada pessoa pecadora. Ou seja: está dando satisfação ou explicação da sua justiça.

 

A justiça Divina, é um longo processo que, começou antes da fundação do mundo (Efésios 1:4), quando foi feito o plano da redenção (1Pedro 1:20), começa o “JUÍZO”, que tem várias fases; inclusive a última, que tem sido chamada de “Juízo Final” ou “Juízo Executivo”, ou seja: A TOTAL ERRADICAÇÃO DO PECADO E PECADORES!

 

Antes do “Juízo Executivo”, temos ainda uma fase que ocorrerá após a segunda vinda de Cristo e antes do “Juízo Final”, durante um período de 1000 anos, descrita em Apocalípse 20.

 

Neste período, os habitantes da terra, seres humanos salvos por Cristo, farão a revisão do “Juízo”, em relação a outras pessoas, aquelas que não aceitaram o plano de salvação proposto por Deus.

 

É interessante notar que, em verdade, tanto agora, quando Deus “abriu os livros” ou está demonstrando perante o Universo, àqueles que tem acesso ao céu (trono de Deus), seres criados à imagem e semelhança do Criador, que comparecem diante de Deus (Jó 1:6), estão e estarão fazendo a revisão do “julgamento de Deus” para verificar se Deus foi justo ou não, ao escolher um e não escolher outro!

 

O Juízo, é o Juízo de Deus!  DEUS ESTÁ SENDO JULGADO PELAS SUAS CRIATURAS, SE ELE É JUSTO OU NÃO !

 

E assim o inimigo, acusador,  que disse para os anjos no céu que Deus não era justo mas arbitrário, disse para Eva que Deus não era justo pois não queria que ela ficasse sabendo tudo, disse que certamente eles não morreriam e outras tantas mentiras, ele é o pai da mentira, será para sempre desmascarado!

 

DEUS SE PERMITE SER JULGADO, pelas suas criaturas, se Ele é ou não JUSTO !

 

Isto acontece em duas fases: Uma antes e outra depois da segunda vinda de Cristo !

 

Desde, quando se “abriram os livros”  (Daniel 7:10), todo universo não caído está tendo esta oportunidade, até Jesus declarar “está feito”, então Cristo vem a esta terra, pela segunda vez, e, após esse evento começará o período dos mil anos descrito em Apoc. 20, quando os seres terrenos salvos farão o mesmo que agora está sendo feito pelos demais que têm acesso ao trono e à JUSTIÇA!

 

Aí está o JUÍZO; começou com o estabelecimento do plano da redenção e terminará após o milênio!

 

Esta abordagem tem um destaque da fase entre a data histórica da proclamação do “juízo” e o momento do fim da “graça”, quando Jesus declarar: Está feito.

 

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