A igreja cristã nasceu alicerçada em Cristo, o Filho do Deus vivo, a pedra angular da igreja, e já nos seus primórdios, foi alvo de feroz perseguição por parte de Satanás, o grande adversário e inimigo de Deus e de Cristo.
No início, foram aqueles dentre o povo judeu, o povo escolhido, que rejeitaram a Cristo como Messias, os que, com o martírio de Estêvão, inauguraram a era das perseguições.
Depois, foi a vez do Império Romano, que, através do reinado de Nero, inaugurou o grande ciclo de perseguições. Mas, à medida que a igreja cristã primitiva foi crescendo e se afastando do verdadeiro Cristo e de sua simplicidade, as perseguições também foram sendo amainadas. O que o diabo não consegui fazer pela força, conseguiu fazê-lo pela astúcia e sedução.
No início do século quarto, tiveram lugar as grandes controvérsias cristológicas em relação à natureza divina de Cristo. Reunidos em Nicéia, no ano 325 da era cristã, os cristãos, buscando na filosofia grega conceitos e termos não existentes na Bíblia, decidiram que Cristo era “homoousios” com Deus, o Pai, isto é, da mesma natureza que Ele, o que, evidentemente, não deixa, em certo sentido, de ser verdade, mas que acabou dando ensejos para a criação posterior de uma teologia suspeita de que, conquanto, como pessoas, O Pai e o Filho fossem distintos, não o eram, entretanto, como Deus, constituindo-se assim, pois, inicialmente, num só Deus em duas pessoas.
Depois foi a vez do Concílio de Constantinopla, em 381 depois de Cristo, que definiu o Espírito Santo como sendo igualmente “homoousios”, da mesma natureza, que o Pai e o Filho, constituindo -se, assim, num só Deus, mas em três pessoas. Estava assim formulada a doutrina artificial e, supostamente, bíblica da Trindade, em nome da qual, cristãos passaram a perseguir cristãos. Conectando o verso áureo da Bíblia em que se baseia o monoteísmo hebraico ( Deuteronômio 6:4), bem como o monoteísmo pregado por Cristo ( Marcos 12:29), com o verso não paralelo de Mateus 28:19, que não cita a palavra Deus, transformou-se, com esta montagem e artifício, o Deus Único de Israel e de Cristo, o qual tinha a Deus, o Pai, como Deus Único (João 17:3), num Deus, como dizem, Único como Deus, mas em três pessoas. Conquanto a doutrina da Trindade seja, pretensamente, monoteísta, não o é, como nas Escrituras, monoteísta unitariana, mas, contovertidamente, monoteísta trinitariana, pois, para os trinitarianos, Deus é apenas Um como Deus, mas três como seres pessoas. Cria assim uma dicotomia entre as pessoas divinas do Pai e do Filho, por exemplo, alegando que não são fundidos como única pessoa, mas sim como divindade ou deidade, fundindo-se num único Deus. Para a Bíblia, entretanto, Deus, o Pai, é único como pessoa, bem como, também, único como Deus, e não uma das pessoas que compõem um Deus, supostamente, triuno.
“Há um só Deus e Pai”, diz-nos o apóstolo Paulo em Efésios 4:6. Assim, pois, na Bíblia, Deus, o Pai, é único como Pai e único como Deus e, portanto, o Deus da Bíblia, não é “um Deus triuno ou um Deus em três pessoas”, mas sim, um só Deus, em uma única pessoa. Foi assim que o Senhor e Salvador Jesus Cristo apresentou seu Deus e Pai, como sendo também o nosso Deus e Pai. João 20:17. Para Ele, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Deus, seu Pai e nosso Pai, é o único Deus verdadeiro e Ele, Jesus Cristo, o seu enviado. João 17:3.
Assim, pois, “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação.” II Coríntios 1:3. “Ao Deus Único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos.” Romanos 16:27. Glórias a Jesus Cristo também, pois, como diz João no Apocalipse: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória e louvor.” Apocalipse 5:12. E continua João, o vidente de Patmos, a dizer: “Então ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar e tudo o que neles há, estava a dizer: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra e a gloria, e o domínio pelos séculos dos séculos… AMÉM.” Apocalipse 5:13 e 14. Dr. Carlos Lavrado. MED. 23/2/2019.