DEPOIS DA FALÊNCIA DE CHIPRE, OS PROBLEMAS NA EUROPA PIORARAM COMO NUNCA

CHIPRE
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Chipre pode ter sido salva do desastre, mas, não se enganem: a Europa continua imersa na maior insegurança. Na meia noite do continente, oficiais se esforçaram, apressadamente, na elaboração de um plano para resgatar Chipre, a fim de impedi-la de sair da zona do Euro. A negociação aconteceu, exatamente no Banco Central Europeu (European Central Bank), de modo a não deixar Chipre falir, por causa da sua falta de fundos, começando uma tragédia potencial irreversível na moeda européia. O desespero assumiu tremenda proporção, nos últimos momentos, e conversações foram feitas no sentido de evitar o colapso de Chipre.
Parafraseando Winston Churchill, os que fazem política sempre costumam fazer as coisas certas; porém, somente depois de terem sido exauridas todas as perspectivas disponíveis. Simone Foxman, do Quartz, aponta que esta não é de modo algum uma definitiva união monetária, a qual faz com haja um sossego na segunda maior economia do mundo. E há razões para suspeitar que esta não será a única recessão econômica no continente.
A falência de Chipre aconteceu, em parte, porque os seus problemas não apareceram nas primeiras páginas dos jornais e, desde o início, o continente ficou sem saber o que fazer com Chipre, quando os registros do Financial Times faziam eco sobre a discordância em ajudar ou não a Grécia, no ano anterior. Este incidente deixou suas relações mais frágeis do que nunca, e podemos ter brevemente, uma repetição do que aconteceu com Chipre, na Eslovênia, ou na Itália, ou em algum outro país. “O modelo troika (uma palavra russa que designa um comitê de três membros) perdeu sua função”, disse um oficial europeu, referindo-se ao trio – União Européia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu. Esta troika teria sido responsável no sentido de atirar outros países na crise. Mas, este é o momento errado para que ela seja desfeita. Também correm perigo as relações econômicas entre as nações do Norte da Europa, lideradas pela Alemanha, e o perturbado Sul da Europa, representado pela Grécia, Itália, Espanha, Chipre, etc., sofrendo de fadiga econômica, e se os europeus adotassem uma linha dura com Chipre, este poderia ser um sinal perigoso para uma próxima crise. A Europa até aborreceu a Rússia, quando deixou de incluí-la nas conversações sobre Chipre, embora os ricos depositantes russos em Chipre pudessem ter ficado sem fundos, para efetuar os seus negócios. Mas, aborrecer os russos nunca foi um bom negócio… [N.T. – As coisas se encaminham, aceleradamente, para um colapso financeiro mundial, quando será entronizado um homem com a promessa de resolver todos os problemas e este será “o homem do pecado”, um monstro que vai guerrear contra os santos do Senhor].

The Economist, 25/03/2013 – por Charlemagne, Bruxelas
Tradução e adaptação de Mary Schultze, em 28/05/2013.

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