O REINO DE DEUS FOI ADIADO?

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“Tem sido demonstrado que o Reino de Deus está completamente ausente da cena – de Adão até Cristo – e que o Reino do Céu existiu desde a pessoa de Adão até a descendência pessoal de Abraão; depois ele passou para uma nação (Israel), quando a coroa foi arrebatada sob a liderança de Conias (Jeremias 22), para não mais aparecer.
Quando João Batista andou pelo deserto, espalhando sujeira e poeira de suas sandálias, já não havia o Reino do Céu (literal), na Terra, nem ainda o Reino de Deus (espiritual). Tudo que existia era um bando de pervertidos líderes religiosos, imersos na mitologia babilônica, vestindo longas vestes, gozando o título de “Pais”, levando Israel a crer que o único Reino que iria vir (se ele viesse) seria o literal, visível, messiânico e davídico Reino Judaico do Céu! Nem sequer um entre dez destes sacerdotes e fariseus, amantes da tradição, vestidos de longas vestes, dizimistas, jejuadores, e parceiros de cama se lembrou (ou tentou se lembrar) de que descendiam todos de Adão, bem como do “Pai Abraão”. Adão foi um homem espiritualmente morto, que havia perdido a imagem de Deus, produzindo, portanto, uma raça de rejeitadores da Bíblia, de odiadores da verdade, de assassinos religiosos” (Ver Efésios 2:1; Mateus 23:9-36; João 9). (Dr. Peter Ruckman).
O judeu tinha todo o direito de esperar que o Reino de Davi fosse restaurado (Ele tinha mais de 1.500 versos no Velho Testamento com esta promessa); porém, ele esqueceu a pregação dos profetas, a qual trata da retidão moral, que acompanha o reino (Ver Zacarias 6:13; 8:16-17; Malaquias 3:5; Ageu 1:6-9). Por isso, a primeira coisa que Jesus fez, na abertura oficial do Seu ministério, foi se sentar (Mateus 5-7) para enfatizar os princípios de retidão moral que devem ser adotados pelos judeus, antes que seja estabelecido um “Reino, tanto na Terra como no céu”.

I – QUALIFICAÇÕES DE CRISTO PARA GOVERNAR (Isaías 9:6-7).

A – Sua Imagem – O Rei que Se apresenta é o “Leão da Tribo de Judá” (Gênesis 49). Ele tem todas as qualificações para ocupar o trono de Davi. Nasceu na cidade de Davi; Sua mãe é descendente de Davi; Seu pai adotivo é da linhagem de Jeconias. Contudo, Ele nasceu de uma virgem e, por isso, não foi incluído na descendência de Jeconias (filho de Jeoiaquim e neto do Rei Josias – 1 Crônicas 3:16).

B – Sua Vitória Sobre Satanás – Satanás não tem poder apenas sobre os reinos do mundo, por causa do reino de Israel (Jeremias 22), mas tem também o poder sobre a morte (Hebreus 2:14), por causa de sua vitória sobre Adão. Quando ele tentou Cristo, no Monte da Tentação, viu que estava enfrentando um inimigo invencível. … Quando este Homem morre, Sua morte precisa ser uma doação voluntária de Sua vida (João 10:18). Ele é diferente de Abraão, de Davi, de Uzias ou de Jeoiaquim.
Quando era um Querubim ungido sobre o trono (Ezequiel 28:9-16), Lúcifer desejou adoração. Sua esfera é proeminentemente religiosa; ele não é ateu. Sendo um “deus deste século” (2 Coríntios 4:4), ele quer ser adorado, até mesmo pelo Filho de Deus: “E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”. (Mateus 4:9). Jesus não deseja outra coisa, além de fazer a vontade do Pai (João 4:34; 5:19,30; 6:38; Hebreus 10:5-8).
Quando a tentação acabou, Jesus desceu do Monte com duas coroas intactas, brilhando – a do Reino de Deus e a do Reino do Céu. Como Rei sobre o Reino do Céu, Ele terá o encargo de dirigir Israel para o cumprimento perfeito da comissão original concedida a Adão, de frutificar e encher a Terra. Como Rei sobre o Reino de Deus, Ele poderá restaurar a imagem perdida por Adão, a fim de que haja uma raça que possa cumprir as exigências divinas, para a entrada no vasto reino universal e celestial, destinado a preencher todo o espaço exterior.

C- Sua Obra – As obras de Jesus não apenas incluíram uma variedade de milagres jamais antes operados, os quais deveriam convencer os judeus (1 Coríntios 1:22), como o Seu ensino seguiu exatamente a linha dos profetas que vieram antes Dele. Em vez de reunir tropas, de armar milícias e de invocar fogo contra Roma; em vez de dividir o Jordão, a fim de que todos os Seus discípulos pudessem fugir para o deserto, enquanto 12 legiões de anjos desceriam do Sinai para ajudá-Lo (Judas 5; Deuteronômio 33:2; Habacuque 3; Salmo 68), o popular Messias Se vestiu com as roupas comuns do Seu tempo, criticando os “filhos do Concerto” e a baixa validade dos concílios religiosos (Mateus 23; João 9 e Marcos 13:9).

II – O DESEJO DE ISRAEL DE ACEITAR O REI

De Mateus 5 até Mateus 13, muitas admoestações são encontradas nos discursos de Jesus, todas elas tendo caído em ouvidos moucos. Aqui e ali, uma ou duas pessoas (num total de umas 600 em Seus três anos de ministério) creram Nele e receberam Sua missão e mensagem, crendo Nele como o Messias. Para os demais e para os líderes judeus, as verdades de Sua primeira vinda foram ignoradas. Todos esperavam que aparecesse um rei usando uma Coroa.

III – A FORMA DO MISTÉRIO DO REINO

Em Mateus 13, Jesus admoesta Sua audiência de que o Reino do Céu assumirá uma forma de “mistério”. A seguir, vem uma série de ensinos sobre relacionamentos morais, visto como estes afetarão o literal e visível reino terreno. Observem que, nestas sete parábolas, a consideração principal não é sobre a linhagem política do poder que foi entregue a um rei terreno sobre o reino de Davi; mas, em seu lugar, sobre as responsabilidades e exigências morais das pessoas que acham que vão entrar no Reino. (Mateus 13:15, 19, 22, 37-41, 49; 18:23, 28, 30, 33, 34; 20:13, 15; 22:6-8, 13; 25:12, 23, 26, 30, 40, 41, 46).
Este ensino mistério veio por causa da rejeição oficial a Cristo (Mateus 12); e logo que Jesus saiu de casa (Mateus 13:1). Guardem em mente que Jesus nunca foi censurado por não esperar o Reino (Ver Atos 1). Àqueles que O crucificaram, até foi dada a chance de aceitarem um reino diferente, após terem-No crucificado, em vez do tempo indefinido que iria preceder a vinda do Reino do Céu, pelo qual eles estiveram esperando (Atos 3:19-26; 3:17; Lucas 23:24; 1 Coríntios 2:7-8).
“Vejamos: os líderes de Israel cometeram, em 35 d.C., um erro tão grande como o erro dos seus sucessores – os católicos romanos, em 335 d.C. e em 1963. Esse erro foi pensar que todos precisavam de um líder ‘como todas as nações que os rodeavam’. Este foi o mesmo erro cometido 1.000 anos antes, conforme Samuel 8:5, 20. O mesmo erro que a Alemanha cometeu em 1930-1945; o mesmo erro que todo indivíduo e nação comete, quando pensa que algum reino na Terra pode ser trazido sem a restauração da imagem original de Deus. Esta imagem é a do próprio Filho de Deus (2 Coríntios 4:4) e a única maneira do homem receber esta imagem na Terra é quando ele ‘nasce de novo” pelo Espírito Santo (João 1:11-12). Cristo não pode produzir Sua imagem em pessoa alguma, sem que ela morra primeiro (João 12:24); pois, como pode um Espírito Santo, sem pecado, entrar num homem decaído e pecador, mesmo no modo de falar, até que, pelo menos, um Homem tivesse vivido vida santa e sem pecado? (Romanos 3:24-26). Esse Homem sem pecado é apresentado em Mateus 13. A vida está ali. O Rei está ali. Ambos os Reinos se encontram à mão e, exatamente quando parece que as coisas estão se encaminhando para um final feliz, Jesus adverte que um Reino do Céu físico, literal e visível vai entrar num estágio indiscernível para os judeus e, até que tal aconteça (Lucas 19:11), os judeus terão apenas o Reino de Deus, com o qual poderão tratar (Lucas 17:20).
Existem duas respostas para esta admoestação: a nação de Israel tropeça nas parábolas, achando que nenhum Reino santo e moral precisa acompanhar o esperado Reino do Céu; e que ele está se espalhando sem a restauração e a preeminência da nação à qual ele foi dado! Mateus 13 é o local para todos os rejeitadores da Bíblia – judeus e gentios – desenvolverem uma psicose teológica, como todos fazem” (Dr. Peter Ruckman).

O Reino de Deus não é a Igreja organizada (como afirmam os pastores). É a “Igreja organismo”. Ele está dentro de cada crente bíblico, que vive honestamente, segundo o evangelho de Paulo, pois, para a liberdade Cristo nos libertou, não para a prática do mal, mas para fazer tudo que desejamos, quando agimos de maneira sutil e generosa, movidos pelo Espírito de Deus. Isso conseguimos quando nos mantemos dentro do ensinos da Palavra Santa, amando ao próximo e agindo sempre com honestidade em todos os nosso atos.

Mary Schultze, 23/11/2008 –www.cpr.org.br/mary.htm
Trecho do livro “Mistery of the Ages”, do Dr. James Modlish.

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